Sem lenço, sem sentimentos
 
 Eu estava ali, Sentado no meio fio da calçada Era fim de tarde, as luzes dos postes começavam a acender E minha esperança a se apagar. O que foi? Nenhum telefonema, uma mensagem, um sinal de fumaça.  Não foi, Eu fui e fiz do tempo meu inimigo por causa da espera.   Eu fui e ainda sou A lágrima sombria que escorre sem emoções Um ser que não pensa, muito menos sente. Sou a parte que não pertence a sua totalidade, Usado, pedaço a pedaço. Depois deixado os cacos estraçalhados na rua.  Eu estava ali, Sentado no meio fio da calçada Sem lenço, sem sentimentos Só não choro, pois não amo. Não é assim que sou aos teus olhos? Alguém que não conhece o amor.  E eu vou permanecer ali Remoendo sentimentos porque sei que os tenho, sim ! Vou ficar inventando respostas, Tentando não brigar com você Ficarei embaixo da árvore Recolhendo os cacos do meu coração Espalhados pela calçada.   Adamo Antonioni