Postagens

Mostrando postagens de junho 15, 2011

Liberdade fatídica

Imagem
Cercado por enormes paredões de concreto, o menino crescera acreditando que o mundo era todo marrom cor-de-muro, com leves variações de tons, entre a terra e sua pele morena. Os pais de garoto trancaram-lhe naquele lugar desde muito cedo. Preceitos e fins de mundo? Promessas e messianismos? Não se sabe ao certo. Era de sentir pena tantas fechaduras naquela vidinha quase sem cores e de uma única nota: dó. Mas a cada novo dia, o menino descobria outras tonalidades. Como a primeira vez que olhou para o alto, viu o céu, não sabia que era céu, como eu e você sabemos, seus olhos cristalizaram-se e transparecia a alegria de uma criança que se descobria, um ser humano livre para amar. Ou daquela vez em que viu os pássaros e seus cantos matinais, novas notas conhecera. O menino cantarolava discursos pela liberdade, mesmo sem saber o significado e a potencialidade quem tem um homem livre. Seu gesto de protesto se concretizava quando fechava os olhinhos e abria bem os braços, sentia-se voa...