Esfinge
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| "A carícia" (1896), Fernand Khnopf | 
Tem coração, mas não bate
Tem medo do que vão pensar
Tem vida, mas não vive
Só tem o escuro para se libertar.
Decifra-me ou te devoro!
Tem fome de carícias, fome de gente
Não sabe aonde quer chegar.
Sabe tudo e não sabe nada
É fogo, terra, água e ar.
Decifra-me ou te devoro!
Nos devore e decifras 
Devore-me em cifras 
Sociedade rastejante 
É o Édipo a enfrentar
Animaliza os sentimentos, 
Com suas patas selvagens
Fazem-nos ariscos, 
E dos nossos dias, noites frias...
Decifra-me ou te devoro!
Devo ou não devo?
Devo e devoro 
Só tu me decifras
Conhece meus acordes, minhas cifras
Por isso te devoro
E te adoro

 
 
 
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirIsso foi escrito da forma que eu gosto.
ResponderExcluirUma forma robusta, e ao mesmo tempo, serena, digamos até sensível, "Decifra-me ou te devoro!". Gostei disso!
Não sei se foi coisa da minha cabeça mas vi algo podre e sujo quando disse, "Sociedade rastejante" e "Com suas patas selvagens". Quando li isso veio a minha mente o lado sujo de homem, não sei se foi um entender errado, mais foi isso que pense.
Um detalhe interessante, a estrutura esta muito boa