A garota da promoção

Vende-se uma amiga e leve, de brinde, uma amante. Esta moça não se vendia por dinheiro, não precisava. Não se vendia por drogas, revolta com os pais ou qualquer outra coisa. Era carência mesmo que sentia.

E a cada homem que ali estava, a preenchia. Mas só por aquele momento. Depois voltava a pobre coitada pelas esquinas das redes sociais vagando a procura de um amigo, um amante, alguém...

Alguém que a olhasse nos olhos e pudesse amá-la. Alguém que sorrisse com a alma, tocasse dentro do peito e fosse além da superfície de seus seios. Que lhe rasgasse a carne a tal ponto de mergulhar no mais íntimo de seu íntimo.  

Vende-se uma amiga e leve, de brinde, uma amante. Assim, ofertava tudo o que tinha, eram massagens, carícias, ela se doava e dava e engolia tudo submissa, passiva. No final da noite, após aqueles “romances de aluguel”, se banhava na água quente do chuveiro, mas no fundo_ bem no fundo_ se sentia impura e fria...

Pobre garota, era uma boa filha, trabalhadora, boa aluna universitária, ajudava na igreja. Não precisava de grana, não bebia nem fumava. Mesmo assim se vendia a preço de um sorriso qualquer.  Era apenas uma jovem a procura de um alguém. 


Comentários

  1. Você sabe escrever! Gosto da forma como você brinca com as palavras.
    Percebo que essa tal garota, tinha tudo, mais no fundo no fundo, era oca e vazia.

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