Suicídio dos sentidos

Às vezes perdemos grandes oportunidades de salvar uma vida. Simplesmente as desperdiçamos. A vida como um todo perdeu seu valor, não faz sentido! São buscas pela busca para cairmos num vazio existencial. Para onde vamos? Não importa, vivamos o hoje, o amanhã a deus pertence...

E foi com essa ilusão que aquele menino, tido por todos como um bom garoto, decidiu dar novo sentido para o seu ser. Um milésimo de segundo na madrugada, o suficiente para ver o outro lado: o inexistir.

Madrugada de outono, quando se ouvia as folhas mortas caírem pelo chão, uma vida também se atirava. Mas ao contrário das estações do ano, o jovem não iria mais florir na primavera. Tudo havia acabado, é o fim da linha, o nada e mais nada.

Verdades? Sua história foi constituída de mentiras, o garoto perdera completamente a vontade de buscar as verdades, cada pessoa, cada entidade, cada instituição dizia algo de diferente.

- Meu Deus! Meu Deus! Meu Deus! - gritava o menino, pelas ruas da cidade.  -  O que é a realidade nesta Terra constituída de tantas faces e em nenhuma delas consigo enxergar minha própria face?

Antes de partir, o jovem  passou de casa em casa procurando pelos seus amigos. Queria dar a eles a chance para salvar uma vida, mas todos o ignoraram. Deixaram escapar o viver a troco de um prazer do cotidiano.

Então, quando o silêncio das horas tardias invadiu o quarto daquele garoto, a perda de sentido transpassou se coração e fez-lhe sentir o sangue gota a gota escorrer pelo pulso. Nada de Sol nascente, era tarde para se lamentar.

Quando se perde o sentido da vida, não faz mais sentido viver! Foi assim com aquele garoto e é assim com tantas pessoas. Quem dera poder se agarrar ao motivo mais torpe e vil da vida e se acomodar. Mas não. Com ele era diferente, precisava de algo mais, um inexistir. 

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