Se a Igreja Católica é tão “rica” por que não ajuda na pandemia do coronavírus?
Na última
sexta-feira, o papa Francisco comoveu o mundo após dar a benção "Urbi et
Orbi" na Praça de São Pedro, completamente vazia. O Vaticano é o menor
país independente do mundo, possui menos de mil habitantes, mas recebe, por
ano, seis milhões de turistas. Por causa da pandemia do coronavírus que atinge a
Itália, o Vaticano suspendeu todas as aglomerações de pessoas e recomendou
paróquias do mundo todo a fazerem o mesmo. 
 Enquanto isso,
no Brasil, líderes religiosos_ como Silas Malafaia_ relutam em fechar as portas
de seus templos, utilizando as redes sociais para atacar as autoridades
sanitárias. Estas insistem em afirmar que o isolamento social é a melhor formar
de impedir que o vírus circule.
Enquanto isso,
no Brasil, líderes religiosos_ como Silas Malafaia_ relutam em fechar as portas
de seus templos, utilizando as redes sociais para atacar as autoridades
sanitárias. Estas insistem em afirmar que o isolamento social é a melhor formar
de impedir que o vírus circule. 
Em nome da
teologia da prosperidade_ uma ideologia perversa importada dos EUA que tenta
adaptar o Evangelho ao neoliberalismo_ pastores põe seus fieis em risco de vida
porque, na verdade, não os veem como fieis, mas como clientes, prontos a doar o
dízimo. Segundo a Forbes, a fortuna de Malafaia, é avaliada em R$ 4, 5 milhões.
Voltando para
a Igreja Católica, chamou a atenção os comentários de alguns seguidores no
nosso perfil no instagram @sophiainforma criticando a “fortuna” do papa
Francisco e da Igreja Católica e que, em face à pandemia, o banco do Vaticano
nada estaria fazendo para ajudar. 
Afinal, se a
Igreja Católica é tão “rica” por que não ajuda no combate à pandemia? Acontece que essa pergunta capciosa e um tanto mal intencionada, ignora dois pontos importantes.
Primeiro ponto
é que as principais Igrejas do Vaticano, como a Capela Cistina, é tombada pela
Unesco como patrimônio histórico da humanidade. Nenhum cálice da Igreja pode ser
retirado. Patrimônio histórico representa os bens materiais ou naturais que
possuem relevância histórica de determinada sociedade ou comunidade. Esse conceito
começou a ser difundido a partir do século XIX após a Revolução Francesa de
(1789). 
 Segundo ponto
é que a Igreja Católica é uma das instituições mais caritativas do mundo:
atendendo pessoas enfermas em hospitais como as Santas Casas, hospitais
construídos dentro das Universidades Católicas (as PUCS) que atendem a
população de baixa renda, além disso, há o trabalho missionário de freiras e
padres com as populações pobres de países subdesenvolvidos, e também o trabalho
de leigos a frente das pastorais da saúde, pastorais carcerárias, sem contar o
trabalho dos vicentinos nas mais diversas dioceses do globo. 
Se depois
desses dois argumentos apresentados ainda não forem o suficiente, conforme
noticiou o Vatican News, o papa Francisco realizou uma doação de 30
respiradores artificiais à Esmolaria Apostólica do Vaticano para distribuir aos
hospitais localizados nas áreas italianas mais afetadas pelo novo coronavírus. É
pouco? O pontífice já havia doado 10 mil euros à Caritas da Itália. A Caritas é
uma organização humanitária da Igreja Católica que atua em mais de 200 países,
com atividades voltadas aos mais pobres. 
A Conferência
Episcopal da Itália também reforçou o apoio financeiro a quem se encontra em
dificuldade com o coronavírus. Depois dos 10 milhões para as Cáritas diocesanas
e os 500 mil euros ao Banco Alimentar, uma verba de 3 milhões, provenientes do
imposto que os italianos destinam à Igreja Católica, vai para as unidades de
saúde.
É claro que
têm muitos líderes religiosos evangélicos e protestantes na contramão do que
prega Silas Malafaia e que obedecem às autoridades públicas. Estão oferecendo
ajuda espiritual e financeira neste momento tão difícil para a humanidade. Não se
pode generalizar. Como diria Madre Teresa de Calcutá, vencedora do Nobel da Paz:
“mãos que ajudam são mais sagradas que lábios que rezam”. 


 
 
 
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